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domingo, 23 de setembro de 2007

As Aventuras de Nanico - Espisódio 2: Acorda, Nanico!

Nanico sempre teve problemas com insônia. Na verdade, a insônia nunca foi seu problema. Insônia para Nanico era solução. O pior era quando o sono vinha, mas esquecia de trazer a vontade de dormir. Dormir sempre foi perda de tempo para nosso pequeno herói. Nanico sempre gostou de ter tudo ao seu controle; dormir era perder mais que sempre o controle de si. Quando dormia, Nanico não podia pensar. E sem pensar, Nanico não era. Quem era Nanico? Nanico pensava todas as noites. E todos os dias. Mas Nanico sempre se esquecia. Só que nem só de pensamento vive Nanico. Às vezes, Nanico dormia também. E como Nanico dormia. Nanico dormia muito. Mas Nanico acordava. Ele sempre acordava. Nanico dormia de olhos abertos e acordava piscando os olhos. Engraçado como Nanico nunca soube quando dormia e quando acordava. Nanico é burro e nem sabia que pensava mesmo dormindo. Nanico nunca confundiu as coisas. As vezes, se deixava levar, mas sempre sabia que estavam levando. Ou pelo menos, pensava que sabia. Nanico sempre sabe das coisas. Nanico não precisa se apresentar. Nanico se apresenta. Nunca há decepção se não há expectativa. E Nanico acordava. Nanico sempre acorda. Nanico nunca confundiu as coisas. E desconfundiu tudo mais uma vez. Nanico sonha, realizando e realiza, sonhando. Dorme acordado, mesmo com insônia. Insônia pra Nanico nunca foi problema, sempre foi a solução. E Nanico foi dormir mais uma vez...

domingo, 9 de setembro de 2007

"Tudo bem... Até pode ser que os dragões sejam moinhos de vento"

Canção: Dom Quixote
Grupo: Os Mutantes

A vida é um moinho/É um sonho o caminho/É do Sancho, o Quixote/Chupando chiclete/O Sancho tem chance/E a chance é o chicote/É o vento e a morte/Mascando o Quixote/Chicote no Sancho/Moinho sem vinho/Não corra me puxe/Meu vinho meu crush/Que triste caminho/Sem Sancho ou Quixote/Sua chance em chicote/Sua vida na morte/Vem devagar/Dia há de chegar/E a vida há de parar/Para o Sancho descer/E os jornais todos a anunciar/Dulcinéia que vai se casar/Vê, vê que tudo mudou/Vê, o comércio fechou/Vê e o menino morreu/E os jornais todos a anunciar/Armadura e espada a rifar/Dom Quixote cantar na TV/Vai cantar pra subir

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

As Aventuras de Nanico - Episódio 1: Na Nicovia

Houve um dia, que ao invés de parar e pensar como ele fazia sempre, Nanico resolveu pensar e parar. E parou, mas não sem pensar como sempre fizera antes. Mas dessa vez era diferente, assim como todas as outras vezes. O que acontece é que Nanico não só parou, mas ao parar também andou, voou pra longe e foi parar não se sabe onde. Nem você nem ele. É indeterminado mesmo, mas também é passivo. A diferença estava na igualdade com que as coisas apareciam, e da mesma forma em que iam embora também ficavam. Cansado de tantos enigmas, ele parou, como já foi dito, sem indeterminação. Bom, parado ele ficou, mas por pouco tempo: o suficiente pra que seus pensamentos parassem também e assim, voassem. Mas pensamento é bumerangue. E a porrada foi de uma vez. Parado já não dava mais pra ficar. Daí, Nanico correu. Correu bem depressa, enquanto tentava pegar o bumerangue. Vejam, sem as mãos! Mas Nanico é burro, e jogava o pensamento pra cima. Outra vez. Nanico ria, por vezes, chorava. Mas não parava... de correr. E parou. Nanico é chato. Nanico esquece das coisas e esqueceu o que, pouco a pouco, esquecia. Nanico é engraçado. Resolveu mudar e pegou o primeiro retorno. É engraçado, e não voltou. E resolveu voltar... a pensar. Mas não foi preciso. Havia uma placa. Nanico é burro. Nanico nem sabe ler. Mas Nanico pensa. E decidiu que o melhor começo era o fim. E que todo fim tem um começo, mas que é sempre melhor começar do início.