Vamos fazer um filme

"Achei um 3x4 teu e não quis acreditar/Que tinha sido há tanto tempo atrás/Um bom exemplo de bondade e respeito/Do que o verdadeiro amor é capaz/A minha escola não tem personagem/A minha escola tem gente de verdade/Alguém falou do fim-do-mundo/O fim-do-mundo já passou/Vamos começar de novo: Um por todos, todos por um/O sistema é maus, mas minha turma é legal/Viver é foda , morrer é difícil/Te ver é uma necessidade/Vamos fazer um filme/E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?/Sem essa de que: "Estou sozinho."/Somos muito mais que isso/Somos pinguim, somos golfinho/Homem, sereia e beija-flor/Leão, leoa e leão-marinho/Eu preciso e quero ter carinho, liberdade e respeito/Chega de opressão: Quero viver a minha vida em paz/Quero um milhão de amigos/Quero irmãos e irmãs/Deve de ser cisma minha/Mas a única maneira ainda/De imaginar a minha vida/É ver como um musical dos anos trinta/E no meio de uma depressão/Te ver e ter beleza e fantasia/E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?/Vamos Fazer um filme/Eu te amo, Eu te amo, Eu te amo"

Não entenda esta postagem como coisa de paixão ou qualquer sentimento semelhante. A música e o que vem depois dela é bem mais que isso!
Lembranças do tempo de escola... de um colégio que não foi só um colégio, foi uma Escola, com "gente de verdade". "Um bom exemplo de bondade e respeito". Saudades de não gostar de física e saber que isso em nada afetaria sua vida, de não gostar de algo e não se importar com isso. De não ter que levantar às 5h30 da manhã e de não ter que pegar o 634. De saber que ainda faltava muito pra tomar um rumo na vida. De dar bolada de tênis em cara de inspetor, de quebrar o dedo dos outros, de fugir da professora de Química, de rir do tombo dos outros, de se entupir de Guaraxí, de brincar de guerra de água e ir pra Direção todo molhado só pra fazer companhia a quem foi pego. "Um bom exemplo de bondade e respeito". E de rir de tudo isso todo recreio sentado no refeitório, sentado no banco redondo do pátio, sentado na arquibancada ou de pé jogando totó. Mas o tempo passa...
E agora? Será que eu devia estar fazendo um filme? Vejo que o futuro não está tão distante assim. Não gostar e se preocupar com isso. Ainda acho graça de coisa sem graça e ainda rio lembrando de certas coisas, como simples jogo de baralho. O totó não tem mais, o colégio não tem mais, a professora de química não tem mais, bola de tênis não tem mais, não tem mais tombos e não tem mais Guaraxí, não teve guerra de água... Os mesmos de antes não tem mais. Mas tem cartas de baralho, canções mal cantadas, aulas bem matadas, poemas de lulu. Coisas novas pra gostar e não gostar. Tem gente nova! "O sistema é mau, mas minha turma é legal!" Talvez o futuro ainda esteja distante, talvez o passado esteja mais perto. Talvez não seja o fim do mundo: "O fim do mundo já passou!" Talvez preocupar-se seja pré ocupar-se por não ter ocupação. Então vamos nos ocupar! Quem dá as cartas?